segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Do manicómio nacional


Neste Portugal de brincalhões e trapalhões, a classe mais ou menos dirigente e mais para menos responsável, vai-se entretendo enquanto espera com excitação de sobra a chegada da última colecção de brinquedos natalícios. Entrementes, a populaça vai vagueando por aí aos emboléus de intempéries sortidas com variados tons de alerta. 
Para que não se note muito a confusão e tudo continue na mesma, tanto a administração do território como o grémio sportinguista, na tentativa de melhor reformar as entranhas da coisa, criaram novos órgãos: para as autarquias surgiram os híbridos organismos intermunicipais com o fim de pôr ordem na barafunda atalhando a meio do caminho; para o Sporting foi resgatado Jesualdo Ferreira para superintendente do futebol leonino ainda sem funções atribuídas mas com a promessa de que agora é que vai ser. Que País e que Sporting...
Quanto ao grande problema filosófico do momento, o da distinção entre caridade e solidariedade, multiplicam-se as cabeças bem-pensantes em afincado esforço reflexivo procurando destrinçar o busílis de tal questão. Nem na época em que se separou a Fé da Razão se trabalhou tanto. E tudo pela "côdea à Jonet".  
Com posturas de autênticos estadistas, apesar de tremeliques e sonolentos, Cavaco Silva deambula pelos salões de Belém procurando decidir sobre o orçamento de Estado da forma em que menos se comprometa, não importa qual seja a saída, basta que em coro lhe digam: muito bem; Mário Soares não se conforma e insiste no ridículo do disparate vociferando que nem no tempo de Salazar havia tantos pobres com tanta fome (sic). Alberto Gonçalves

Certamente por se tratar dum “território de pasmados” é que Passos Coelho quer que lhe falem a cantar.        



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