quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Língua a mais Papa a menos



Qual beatificada... excomungada!

Do impedimento do “Carlinhos” já todos sabem. Bispo, muito inteligente, etc... não chega. Lastimável é não termos a “Fatinha” a moderar o Conclave (Pro africano, pra cá… Contra americano, pra lá…) Que pena. Como nos deixaria orgulhosos. Mas foi um gosto vê-la como enviada da RTP à despedida do Papa. Que competência a desta “reserva das televisões desligadas”. Há poucos jornalistas tão eficazes a impedir que se acompanhe uma qualquer transmissão com apartes; a interromper qualquer interlocutor a despropósito; a antecipar as conclusões mais óbvias quando alguém fala; a despejar banalidades e graçolas misturadas com “pensamentos profundos”. Que privilégio usufruir de tanto prazer. Para quando o supremo gozo de ver esta anomalia da natureza (melhor mais) a poder falar de tudo e sem limite, num horário nobre, imediatamente antes da TV-Shop? Já merecíamos desfrutar plenamente desta anacrónica relíquia. Haja alguém que se lembre da criatura.
   

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cai não cai





MOURINHO EM ESPANHA 

Por ser diferente o que se passa com os nossos vizinhos ibéricos, quando toca a portugueses de sucesso enfrentarem a sobranceria espanhola, é ainda mais aliciante assistir aos confrontos que envolvam Mourinho e espanhóis, sobretudo quando o Zé exagera as situações ou fomenta os conflitos com aqueles que ousem desafiá-lo. Sempre para desespero dos que se movem no "mundo do futebol", em permanente estado de alerta com o "português", que tanto consegue inquietá-los como surpreendê-los, quando menos esperam.

Desde que chegou a Madrid, foram várias as situações que puseram a imprensa espanhola em alvoroço excessivo. O caso que levou os espanhóis a acreditar que tinha chegado a hora de vergar Mourinho, foi quando o técnico se confrontou com o "grande capitão Iker Casillas". O guarda-redes instrumentalizou o balneário, tentou fazer ultimato ao presidente e passou informações confidenciais à namorada, a mediática jornalista que se apressou a divulgar notícias inconvenientes sobre conflitos no clube. Não tardou que Sara Carbonero viesse dizer que era melhor abandonar o jornalismo por causa do namorado e que Cassillas se lesionasse para uns meses deixando de exercer influência. Tanta pressão que se esfumou e mais uma vez Mourinho a sair em grande e sem dizer que abandona o Real, enquanto faz constar notícias de que volta para Inglaterra no fim da época. Assim vai calando todas as bocas que o afrontam e gerindo a imagem como muito poucos. A última, depois da retumbante vitória de ontem em Barcelona, numa jogada de mestre (que deixou boquiabertos todos os detractores mesmo sem o admitirem) chamou o lesionado Casillas para o substituir na conferência de imprensa depois do êxito. Genial (e é possível que por cegueira nem todos o entendam). Por estas e por outras, não faltam razões.     




QUEDAS NO DOMINGO DOS ÓSCARES


Decotes que resistiram à tendência do cai-cai

Jennifer Lawrence cai para receber o Óscar

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Grillo 5 estrelas



QUE FAZER COM ESTES VOTOS?

Depois das eleições para o Parlamento, os italianos voltam de novo à situação de impasse governativo com que tradicionalmente convivem. Pela complexidade do sistema eleitoral e pela tendência habitual para prolongar a escolha de soluções governativas viáveis, estão agora na contingência de serem forçados a repetir eleições.

Feita a contagem dos votos, tanto a coligação de esquerda de Bersani como a coligação de direita de Berlusconi, somaram uma votação próxima dos 30%, sem  qualquer maioria no Congresso ou no Senado que lhes permita formar governo. O tecnocrata Mário Monti, que até agora governara com amplo apoio da direita e da esquerda, depois do êxito como técnico, o fracasso como político, e acabou ridicularizado com uns insignificantes 10%. A surpresa anunciada destas eleições foi Beppe Grillo que na liderança do Movimento 5 Estrelas atingiu um resultado próximo dos 25% de votantes. 

E para que servem estes resultados? Os votos de Monti são recusados por Bersani e Berlusconi uma vez que ambos contestam e querem romper com a austeridade que o ex-chefe do governo representa. Os votos atribuídos a Grillo jamais apoiarão qualquer hipótese de maioria parlamentar capaz de formar governo. Resta a possibilidade de uma grande coligação entre os blocos de direita e de esquerda para evitar o recurso a novas eleições.

O fenómeno Grillo que surpreendeu a Itália e a Europa, faz parte dos diferentes movimentos antissistema que se têm multiplicado, um pouco por toda o Ocidente. Este movimento antipolítico italiano é liderado por um artista/comediante, filho de milionários, que começou por se dedicar à comédia humorística e depois se tornou um populista provocador. Para lá dos espectáculos, cresceu na blogosfera e continuou nas grandes concentrações de contestação do poder instituído realizadas por toda a Itália. Até que elegeu um surpreendente grupo de deputados, apesar de estar inibido de ser eleito. 

Para além desta falta de condições para formar um governo estável, o que de mais relevante se pode concluir das eleições italianas é a completa recusa das medidas de austeridade que a ampla maioria de Mário Monti implantou por ordem da Europa. Até esta altura, a sociedade italiana não deixou de se sentir responsável e se assumir solidária com o projecto comum europeu. A partir de agora foi dado um claro sinal de rejeição das políticas de contracção numa das mais fortes economias da Europa. Mesmo que não seja de imediato, aguardam-se consequências deste "basta italiano" nos restantes países resgatados ou intervencionados da UE.

Entretanto, “um rendimento de cidadania de mil euros, a diminuição dos salários dos políticos e a redução da semana de trabalho para 20 horas, a saída do euro" tal como defende Grillo, ao estilo stand up comedy.

Pier Luigi Bersani, Beppe Grillo, Silvio Berlusconi e Mario Monti: quem vence?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Óscares 2013


Óscares 2013: as escolhas de João Lopes

Perante as nomeações para os Óscares de 2013 apenas me convenci que ARGO seria premiado como melhor filme. Assim aconteceu. Dos especialistas que anteciparam escolhas recolhi o vaticínio em jeito de "homenagem de um espectador sempre fascinado pela energia do cinema made in USA" (sic) do crítico João Lopes: 
       
          Melhor Filme: "Lincoln"
          Melhor Realizador: Steven Spielberg ("Lincoln")
          Melhor Actor: Daniel Day-Lewis ("Lincoln")
          Melhor Actriz: Jessica Chastain ("00:30, A Hora Negra")
          Melhor Actor Secundário: Philip Seymour Hoffman ("O Mentor")
          Melhor Actriz Secundária: Helen Hunt ("Seis Sessões")
          Melhor Argumento Original: Mark Boal ("00:30, A Hora Negra")
          Melhor Argumento Adaptado: Tony Kushner ("Lincoln")
          Melhor Fotografia: Janusz Kaminski ("Lincoln")
          Melhor Montagem: W. Goldenberg e D. Tichenor ("00:30, A Hora Negra")

 



CONJUNTO DOS ÓSCARES ATRIBUIDOS

Melhor Filme - "Argo", de Ben Affleck
Melhor Realizador - Ang Lee, em "A Vida de Pi"
Melhor Actor - Daniel Day Lewis, em "Lincoln"
Melhor Actriz - Jennifer Lawrence, em "Guia Para Um Final Feliz"
Melhor Actor Secundário - Christoph Waltz, em "Django Libertado"
Melhor Actriz Secundária - Anne Hathaway , em "Os Miseráveis"
Melhor Argumento Original - Quentin Tarantino, em "Django Libertado"
Melhor Argumento Adaptado - Chris Terrio, por "Argo"
Melhor Fotografia - Claudio Miranda, por "A Vida de Pi"
Melhor Montagem - William Goldenberg, por "Argo"
Melhores Efeitos Visuais - B. Westenhofer, G. Rocheron... por "A Vida de Pi"
Melhor Direção Artística - Rick Carter e Jim Erickson, por "Lincoln"
Melhor Mistura de Som - A. Nelson, M. Paterson e S. Hayes, por "Os Miseráveis"
Melhor Montagem de Som - P.Ottosson, "00.30 Hora Negra"; K. Lander "007 Skyfall"
Melhor Guarda Roupa - Jacqueline Durran, em "Anna Karenina"
Melhor Caracterização - Lisa Westcott e Julie Dartnell, por "Os Miseráveis"
Melhor Canção Original - Adele Adkins e Paul Epworth, por "007 Skyfall"
Melhor Banda Sonora - Michael Danna, por "A Vida de Pi"
Melhor Filme em Língua Estrangeira - "Amour", de Michael Haneke
Melhor Longa-Metragem de Animação - "Brave - Indomável", de Mark Andrews
Melhor Curta-Metragem de Animação - "Paperman", de John Kahrs
Melhor Curta-Metragem de Imagem Real - "Curfew", de Shawn Christensen
Melhor Curta-metragem Documental - "Inocente", de Sean Fine e Andrea Nix Fine
Melhor Longa-Metragem Documental - "Searching For Sugar Man", de Simon Chinn

O Óscar de melhor filme para "ARGO", distingue uma boa história de acção, simples e sóbria, com o suspense e o climax próprios do cinema de academia. Ao contrário da abordagem política de "LINCON", um retrato pleno/profundo/patriota, de um líder marcante na história da América, com uma interpretação soberba (para muito boa gente, filme pesado/denso/pastoso/enfadonho, uma estopada). Para além dos clássicos, a intensidade e crueza de "Django Libertado" do genial Tarantino, sempre violento e impressionante; mais a fabulosa fantasia  de "A vida de Pi", demasiado plástico. Mas para quem quiser mergulhar no universo do amor, do carinho, da ternura, em atmosfera de grande emotividade, é melhor recorrer ao filme "AMOR".


domingo, 24 de fevereiro de 2013

O povo e a fraternidade



TIRO AO PARAQUEDISTA - o "da" e o "de" da lei, a falta de paciência para esta corja insaciável... e mais aquilo em que estão a pensar.




CARNE DE CAVALO - secos e molhados, corantes e conservantes, contrafacção e putrefacção, aqui para nós que ninguém nos ouve... o Carlinhos e a cabala.




Consultoria, farmacêutica, América Latina?... "kirchneradas" argentinas e "lulices" brasileiras. A genuina "filosofia-de-meter-a-mão" com equivalência. 




O problema dos sítios "+TVI" (mais trampa) estâncias das tais celebridades. Tudo isso e mais as ficções inofensivas que se geram por aqui




O regresso do "Bunga Bunga"...
Ou você não quer que eu volte?
Ai volta, não.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O Papa Bento XVI




Desde que o Papa anunciou a sua retirada, continuam as reacções à surpreendente decisão do chefe da Igreja Católica. Da parte dos membros da comunidade dos fiéis e dos representantes da Igreja, a decisão de Sua Santidade tem sido tão enaltecida como seria se continuasse o seu pontificado até ao fim da vida. Do lado da sociedade civil ou da comunidade dos laicos, a reacção tem sido diversa, sempre centrada no modo como os não crentes perspectivam ideologicamente o papel da Igreja no Mundo. Em qualquer dos quadrantes, Bento XVI é reconhecido como referência, mais ou menos ortodoxa, da Igreja e do Catolicismo.

Quando Joseph Ratzinger se tornou Papa, fui dos que saudei a sua escolha, por aquilo que conhecia do pensamento do clérigo alemão, pelo seu perfil intelectual e filosófico, pela estatura do teólogo, num registo do diálogo da razão com a transcendência. Enquanto homem da Igreja, reconheço-lhe uma evolução coerente ,segundo o “espirito do Vaticano II”, até ao fim do ministério papal.

À maneira desta época de superficialidades, quando se ajuíza o trajecto de Bento XVI, a questão do maior ou menor conservadorismo é das primeiras interrogações. No que toca ao início do seu percurso, antes de ir para Roma, foi dos mais inovadores participantes da nova vaga, no Concílio Vaticano II. Assim prosseguiu até chegar a Roma e ingressar na Cúria, a sua fase mais conservadora, à frente do órgão doutrinário onde foi suspeito de proteger com silêncio alguns crimes. Uma vez escolhido Papa, voltou à orientação inicial de adaptação da Igreja ao mundo moderno, com prudência e rigor e algumas rupturas fundamenteis: diálogo ecuménico sem submissão (especialmente ao islamismo); reorganização e transparência nas finanças do Vaticano (acautelar casos como o do Banco Ambrósiano); separação da justiça canónica da justiça secular (submeter os crimes de pedofilia à justiça comum). É claro que não abordou o tabu da sexualidade face à sida, a exigência do celibato dos padres, o papel da mulher na Igreja. Apesar de não ter feito estas mudanças tão mediáticas, não foi um ultra conservador. Manteve a Igreja num patamar de exigência aceitável, face aos excessos descontrolados dos progressistas do nosso tempo.  
       
Do lado dos crentes e dos não crentes, parece que ninguém sabe bem o que fazer com a atitude do Papa. Existe uma relativa e moderada inquietação, tanto dos católicos que se sentem órfãos desprotegidos, como dos que dizem não pertencer à Igreja e procuram compreender as implicações da renúncia. Por isso, de ambos os lados prosseguem as discussões, com a interpretação de sinais e a antecipação de resultados, um desassossego que prosseguirá até que haja novo Papa.

O que mais tem sido realçado pelos que se afirmam laicos ou ateus, é o carácter dessacralizador que decorre da abdicação do Papa. Nessa perspectiva, o gesto que surpreendeu o mundo, convida a um novo entendimento da figura, do cargo e do papel do Papa. Quando referem que a partir de agora, o chefe da Igreja Católica será menos Papa e mais homem, pretendem que se lhe retire tudo o que ultrapasse a dimensão humana. Por isso, acrescentam que deixou de haver santos para haver líderes, que se pode resignar pode falhar, como qualquer homem.

Tudo isto é interessante e discutível na própria perspectiva dialéctica da Fé e da Razão, em que Bento XVI tão superiormente tem discutido com alguns dos grandes da Filosofia do nosso tempo (caso do seu compatriota Habermas). Enquanto homem, ao abandonar a sua imagem e o seu poder venceu o mundo, mundo que dessa forma deixou de o poder vencer. Para um crente, o problema da infalibilidade apenas se coloca em questões de fé, tal como a inspiração do Espírito Santo presidirá à escolha do novo Papa, segundo a consciência de cada membro do Conclave. Quando João Paulo II mostrou ao mundo a sua decadência física era a fraqueza do homem mortal que evidenciava. Se Bento XVI realçou o papel da razão no entendimento de Deus era à dimensão humana que se referia. Pelo que, a banalização do gesto humano não colide com a dimensão religiosa.
  
Há razões para afirmar que Ratzinger, para católicos e não católicos, superou as expectativas criadas com a sua escolha para Papa. Muito distante do evangelizador carismático que foi João Paulo II, um colosso mediático perito na mobilização dos fiéis (bem mais conservador) Bento XVI é um intelectual brilhante, homem de pensamento e fé claras que foi longe como nenhum outro Papa, na denúncia e punição de crimes na Igreja, onde encontrou muita resistência e incompreensão. Quando a 28 de Fevereiro abandonar o Vaticano, acaba a garantia de uma inteligência superior e fica a referência de alguém que teve a percepção completa dos problemas do nosso tempo. Por isso é desejável um Papa que mais se aproxime do perfil de Papa alemão, capaz de continuar o combate ao nefasto relativismo da civilização lúdica do nosso tempo. Oxalá a Igreja não se meta em aventuras. 


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cantigas e Cantadores



DOS ACORDES DO "FLAMENCO" AO PRANTO DO "FADO"

Os espanhóis começam a ter razões para acreditar no futuro do seu País. Poucos dias após ter surgido o grande escândalo de corrupção que atingiu o partido do governo, Rajoy surpreende no Parlamento enfrentando a oposição com a autoridade de quem segue um rumo definido e nada quer ocultar. Sabendo que destapada a teia de corrupção, as vítimas serão de todas os quadrantes, foi na discussão das políticas que o duelo lhe foi muito favorável. E apenas levava no bolso um bom resultado no défice. Só que, por lá e ao contrário do burgo de cá, sobre o legado do passado socialista, não há pacto de silêncio, todos os devaneios do passado recente são confrontados com as novas medidas do actual governo. A imprensa local foi unânime em considerar que os socialistas foram acantonados por um governo que apenas continua determinado e perseverante, com um bom plano mas ainda com muito por concretizar.  

Os portugueses continuam inquietos e preocupados com o que vai acontecendo ao País e com aquilo que podem esperar de quem conduz os seus destinos. Por cá temos de tudo e sabemos pouco de quase nada. Tudo pelintra e à socapa para evitar muita maçada. Há corrupção e impunidade; há abusadores e abusados mas não se sabe dos abusos; há polícias e ladrões e roubos sem culpados; há reformas urgentes para fazer e não há vontade de as realizar; há bastante porcaria e fedôr nesta espelunca mal frequentada. Quanto ao resto, a corja vai andando a desaproveitar oportunidades, a rejubilar com sinais positivos e a não acautelar consequências negativas, a cavalgar a onda hoje e a cair da burra abaixo amanhã. Tantas vezes, por nem sequer se preparar convenientemente uma nova medida, a estratégia de comunicação e aplicação para que haja sucesso. Só esta incompetência pode ter colocado o ministro Relvas na rua a desafiar descontentamentos embalado em "grandoladas". Neste jogo, há quem ache que Trunfo é Seguro.   




OUTRAS MÚSICAS  -  “CINCO MINUTOS DE JAZZ”

O mais antigo programa da rádio portuguesa celebra hoje o 47º aniversário. Foi a 21 de Fevereiro de 1966 que se estreou na Radio Renascença e está actualmente na Antena 1 da RDP, sempre uns minutos antes das 22 horas.
José Duarte tinha 28 anos quando este programa de divulgação do Jazz começou. O radialista considera que o programa tem uma fórmula justa porque se pode resumir aí tudo o que é preciso saber sobre o jazz. Primeiro faz uma introdução, mostra uma música e no final deixa uma breve explicação. Cinco minutos são os necessários para cada música. 



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

"A família ferroviária"




DESPOJOS DO SALAZARISMO

As greves na CP bem podiam ser classificadas como mais um património (material e dispendioso) desta porção de humanidade decadente que se distribui pela espelunca, ainda afeiçoada a carris e a tetas. Uma espécie de tradição nacional, com repetidos rituais desde o passado ano e com adequadas celebrações aos feriados. Se alguma vez os comboios de Portugal voltarem a circular em dias festivos, fará todo o sentido sair à rua na defesa de mais uma tradição ameaçada. 
Como tradições são para se manter, a última greve foi acompanhada de concorridos arraiais bem mais animados. Este acréscimo de entusiasmo teve origem no fim de uns direitos adquiridos em forma de regalias (como tudo o que por aí se adquiriu) de que beneficiava a lendária "família ferroviária", agora de "luto ferroviário", porque "nem o Salazar foi tão longe". Traduzindo: os ferroviários e os seus familiares, até perder de vista e até à tumba, vão começar a pagar bilhete, como qualquer pobre nativo. E também se aguarda que "a limpeza dos peitinhos" chegue a outras aberrações do género, sem esquecer as forças da ordem e as luminárias da magistratura. Haja comboios e que acabe a mama.  
As greves da CP ou da Refer em 2012, foram paralisações que, para além de greves gerais nos feriados,  cirurgicamente, incidiram nas horas extra de 295 dias do ano. Isto é, dois dias de greve em cada três, com 30.000 comboios suprimidos. Mas, "os trabalhadores da CP" não aceitam cortes nas horas extra e entendem que a famelga deve viajar de borla. Assim mesmo, com a catástrofe em curso. É espantoso... Indignação? Qual quê, vila morena

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Mais papista que o Papa


HÁ QUEM FAÇA QUESTÃO DE SEMPRE APARECER

Zeloso e serviçal, o Bispo das Forças Armadas foi dos primeiros de sotaina a responder à chamada. Como invariavelmente costuma fazer, quando resolve ter opinião sobre causas várias, sentenciou aos fogachos (como faz a tropa fardada quando se diverte) acerca do que acha e deixa de achar sobre papas. O que  pareceu estranho foi ter resumido as qualidades de teólogo e intelectual conceituado à simples conclusão de um Papa educado. Deve haver coisas que passam despercebidas a certas mentes. Entretanto, não quer um Papa de modas ou de lóbis; quer um Papa dos pobrezinhos e do conforto social. Bem entendido, antes parece querer um Papa-Açorda. Mas como D. Januário é dos sabichões, concluiu que não foi por falta de forças que Sua Santidade resignou; foi por falta de confiança na Cúria e por estar farto de tanta algazarra na Igreja. Uma vantagem haver alguém que alerte para a nociva conspiração, mesmo  recorrendo à intriga. Quanto à vozearia, sobretudo depois do aviso de renúncia, está cheio de razão. E por falar em gritaria: Senhor Ferreira, porque não se cala? 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Para Passos Coelho não perder o sono



QUESTÃO DE ESTRATÉGIA

As deficiências na gestão e comunicação política têm sido dos pontos mais fracos na estratégia da actual coligação governamental. Daí que o Primeiro-Ministro decidisse agora entregar essa tarefa a Paulo Portas, no sentido de coordenar o dossiê do corte dos quatro mil milhões. Por uma vez, parece ter sido entendida a vantagem de evitar afrontamentos entre os líderes e de fortalecer a coesão no Governo.
Com esta mudança no funcionamento da coligação, continua evidente algo do se tem visto ao longo da vida deste governo PSD/CDS. Passos Coelho é prisioneiro de Portas. Como sem o CDS não há Governo, Passos Coelho tem de ceder a Portas. Foi o que aconteceu ao atribuir-lhe a condução política deste corte dos milhões. Só que, ao estabelecer esta nova missão para o seu parceiro no Governo, Passos Coelho capturou Portas (para que cenas como a do aumento colossal dos impostos não se repitam). Desta vez, o líder do CDS (em conjunto com Vítor Gaspar) está no centro desta fundamental e desagradável decisão política.
Esta prisão que condena Portas e Passos Coelho faz ressaltar outra evidência: a da (in)utilidade de Miguel Relvas na coordenação do elenco governativo. Manter Relvas no Governo é algo que já não faz qualquer sentido.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Figurões e figurinhas



FRANQUEZAS E FRAQUINHOS

Ainda por aí andam às voltas com as peripécias do Taguspark e com a tendência manifestada por Sócrates para envolvimentos com Luisinhos: o do enquadramento com as câmaras, o do enquadramento com as balizas, fora outros "free" enquadramentos da outra banda.




HÁ ELEIÇÕES EM ITÁLIA E NÃO APENAS NO VATICANO

As trocas de palavras entre Berlusconi e Monti têm marcado a campnha eleitoral italiana e têm sido cada vez mais duras. Mário Monti que foi nomeado para comissário europeu por um dos governos de Sílvio Berlusconi, foi considerado por Il Cavalieri "um professorzeco que nada entende de economia" ...logo agora que Mário Soares está em convalescença e nada pode dizer em defesa do modelar governante. 





METEORITOS, ASTERÓIDES, RAIOS E CORISCOS. 
UMA "CHUVA DE ESTRELAS".

No Parlamento o primeiro-ministro discursava e um grupo de pretensas celebridades da esquerda indígena resolveu protestar cantando "Grândola Vila Morena"; porque diziam ser "o povo quem mais ordena". Como se a Assembleia não fosse a expressão da escolha democrática. Depois, Passos Coelho rematou dizendo: "Eu também tenho emoções e me emociona com a situação". Faz bem ter e sentir. 





Não é tomar no "CÚ". É tomar no CU, sem acento. 


O acordo ortográfico ainda não se meteu nisso. Como a festa está para durar, uma propedêutica fiscal por um lado, e uma subversão higiénica por outro, são úteis.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Da Justiça e do Socialismo



Senhora ministra Teixeira da Cruz. Não foi à espera que tudo se mantivesse como encontrou na "casa da justiça" que aguardamos pelo seu trabalho. Se depois do que até agora fez, o que temos é isto e o problema é este, o que podemos esperar do Ministério da Justiça? Não nos façam perder a paciência e recorrer ao método-Viegas, a propósito de qualquer coisa. Além disso, nem sempre estamos para tantos excessos. 


O Socialismo, nunca foi o que se pensou, ou já não é o que era. Na última Conferência da Internacional Socialista realizada em Portugal uma espanhola, dirigente das juventudes socialistas europeias, fez severas críticas à organização dos socialistas. Foi assim que melhor se perceberam as razões da ausência do líder do PSOE na reunião. Agitados com a profunda crise que afecta os países periféricos da UE, continuam reunidos este fim de semana em Espanha, Pérez Rubalcaba, António José Seguro e outros figurantes menores do socialismo, de candeia, na busca de alternativas. Do que disse Beatriz Talegón, em Portugal, não houve qualquer eco; lá fora, ninguém lembra muito tempo o que é incómodo. Quanto ao desabafo da jovem, não te iludas caríssima Beatriz: sem hotéis de 5 estrelas e complementares mordomias das mesmas categorias, não havia socialismo.