QUESTÃO DE ESTRATÉGIA
As deficiências na gestão e comunicação política têm sido dos
pontos mais fracos na estratégia da actual coligação governamental. Daí que o Primeiro-Ministro
decidisse agora entregar essa tarefa a Paulo Portas, no sentido de coordenar o
dossiê do corte dos quatro mil milhões. Por uma vez, parece ter sido entendida a vantagem
de evitar afrontamentos entre os líderes e de fortalecer a coesão no Governo.
Com esta mudança no funcionamento da coligação, continua evidente algo do se tem
visto ao longo da vida deste governo PSD/CDS. Passos
Coelho é prisioneiro de Portas. Como sem o CDS não há Governo, Passos Coelho tem
de ceder a Portas. Foi o que aconteceu ao atribuir-lhe a condução política deste corte dos milhões. Só que, ao estabelecer esta nova missão para o seu
parceiro no Governo, Passos Coelho capturou Portas (para que cenas como a do
aumento colossal dos impostos não se repitam). Desta vez, o líder do CDS (em
conjunto com Vítor Gaspar) está no centro desta fundamental e desagradável decisão
política.
Esta prisão que condena Portas e Passos Coelho faz ressaltar outra
evidência: a da (in)utilidade de Miguel Relvas na coordenação do elenco governativo.
Manter Relvas no Governo é algo que já não faz qualquer sentido.
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