O Álvaro (Santos Pereira, ministro da Economia) também é um sujeito capaz de surpreender. Persistente e paciente, pouco dado a formalismos, não deixa de aproveitar as boas ocasiões para cultivar a piada, mesmo quando se trata de coisas sérias. Apesar de, com esse seu jeito descuidado, muito irritar o indígena pacóvio com gosto pelas solenidades.
Talvez inquieto com o inconformismo que ainda medra no
seio da “tralha socrática” e de muitos outros com a mania das grandezas, resolveu recuperar esse grande desígnio nacional
que é o TGV. Quando menos se esperava, anunciou ser uma preocupação do Governo reactivar a ligação em
alta velocidade entre Lisboa e Madrid. Um projecto a retomar com a renegociação
dos fundos estruturais da CE. Mesmo que pouco se saiba sobre o projecto a
concretizar e com que fundos contar, parece cheirar a dinheiro.
Com esta sensação de que afinal há túneis e há luzes ao
fundo, porque não, desde já, imaginar muita gente a ver comboios a 200, 300,
400 km/h… Vai daí, foi ver televisões, rádios e jornais, cada um a palpitar
sobre variados projectos de obra, de emprego, de progresso, de interesses, menos de juízo. Mas
como ainda agora começa o carnaval, não faltará matéria para discutir e gracejar, sobre planos,
compromissos, contratos, até à solução final. De mais esclarecimentos sobre o
tema não vale a pena ficar à espera. Basta que sosseguem e sonhem todos os saudosos desta grande
ideia. Apesar de ainda vir longe a fase de estender os carris, haja esperança. Do resto, trata o Álvaro, nem que precise de voltar pro Canadá.
A propósito de frivolidades. Alberto Gonçalves
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