E UM ELOGIO À MATERNIDADE:
A barriguinha da Assunção
Cara Assunção Cristas, quero muito dizer-lhe uma coisa:
estou que nem posso com a sua barriguinha. Confesso que não era um grande fã
seu, mesmo depois daquele aperto de mão firme na Capela do Rato, mas agora V.
Exa. até me deixa as pernas bambas. Porquê? Neste momento lunar da nossa
história, a face solar da pátria está na sua menina (espero que seja menina).
Se calhar, a minha cara amiga não terá consciência disso, mas a sua gravidez é
um símbolo de coragem para milhares de portuguesas e um sinal de esperança para
todos os portugueses, mesmo para aqueles que tiveram a infelicidade de nascer
com o cromossoma Y banhado em testosterona. “Símbolo de coragem?”, pergunta V.
Exa. um pouco espantada. Sim, coragem. Já perdi a conta ao número de amigas que
me dizem “Henrique, no meu trabalho sou pressionada para não engravidar”. No
sector público e no sector privado, as nossas jovens recebem ameaças implícitas
ou explícitas neste sentido. Parece que a gravidez é lepra laboral. Pior: num
país com metade do PIB mundial da indignação, ninguém parece muito interessado
neste pormenor. Ante este bullying antibarriguinha, já percebeu porque é que a
sua gravidez é um símbolo de coragem? (...)
Henrique Raposo - EXPRESSO
Sem comentários:
Enviar um comentário