"2012 foi um ano de previsões apocalípticas, sobre o Euro,
sobre Portugal ou a Grécia, sobre quase tudo. Sobre Portugal, ainda não
mergulhou no caos político e social, como foi dito, previsto ou desejado, por
todos quantos se abeiraram dum microfone, no ano que agora acaba. De Torgal
Ferreira a Pacheco Pereira, passando pelo estridente Mário Soares, não têm
faltado os profetas de um Portugal mergulhado em convulsões e outras desgraças.
E nada. Tudo esbarrou numa mesma realidade: o que se pode perder com rupturas
precipitadas é muito mais do que se pode ganhar. Antes a austeridade que a revolução." (José Manuel Fernandes - Público)
Por que podemos estar surpreendidos? por não vermos as explosões sociais tão anunciadas? uma coisa é a incomodidade de quase todos, outra coisa é o desespero de alguns. Há as expectativas frustradas das vidinhas estáveis e as experiências dramáticas de tantos desempregados. Isto não deve ser entendido como uma tragédia assim tão generalizada. Está difícil para a maior parte e insuportável para a parte restante. O quotidiano das pessoas na rua e os números que vão traduzindo a realidade são disso prova. Para além de tudo, somos moderados, "de brandos costumes", porque observando com cuidado, ainda há muito que se pode perder.
A verdade é que, Portugal não é a Grécia, mas os portugueses são bastante parecidos com os gregos, esses mesmos que ainda tentam conservar o impossível.
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