terça-feira, 16 de abril de 2013

Decadência de velhos e novos socialismos



SOCIALISMO INDIGNADO - UMA AMEAÇA  

Em Espanha, o governo regional da Andaluzia aprovou nova legislação que prevê a possibilidade de embargar, por um máximo de três anos, os processos de despejo iniciados pelos bancos na sequência de incumprimento hipotecário. Ao embargo corresponderá uma expropriação por igual período de três anos. Só não se sabe por que valores. A lei prevê pesadas multas para bancos e imobiliárias que tenham casas desocupadas por mais de seis meses. Numa região onde um milhão de casas estão vazias, as autoridades esperam resolver desta forma os problemas dos despejos e dinamizar o mercado de arrendamento nesta região espanhola. 
Esta medida implantada na única região espanhola onde a esquerda ainda governa, numa coligação de socialistas e comunistas, não passa de uma arbitrariedade do poder legislativo em completo desrespeito pela propriedade privada e pelas regras de mercado. Não se ignoram os graves problemas sociais de muitas famílias, tal como se conhecem os múltiplos subsidiados que vivem do Estado na Andaluzia. Por outro lado, existe um mercado imobiliário saturado que se deve ao patrocínio dos poderes regionais suspeitos de corrupção, articulados com as instituições bancárias locais, as Caixas de Poupança. Uma promiscuidade que sempre silenciou a expansão da bolha imobiliária e que agora utiliza os meios da expropriação para iludir o problema de forma popular. 
Para a esquerda, a única solução encontrada foi subverter o sistema. Sem relutância, apoiam acções de protesto dos profissionais anti-sistema. Actualmente, é prática comum acossar e agredir políticos do PP no poder (pelas ruas e em suas casas). São assédios e perseguições que suavemente afrancesaram de "escrachez" (escrachar=humilhar/ridicularizar). Com tantas pressões na rua e desvario na esquerda, o Partido Socialista já equaciona promover o alargamento das condições impostas na Andaluzia a outras regiões autonómicas de Estado espanhol. Um colectivismo de comuna à PSOE que promete. É melhor avisar Mário Soares.






SOCIALISMO POPULISTA - UM FRACASSO

Das eleições presidenciais de domingo resta uma Venezuela dividida ao meio. Uns quantos milhares de votos permitiram ao herdeiro de Chávez e do "socialismo séc. XXI" vencer o candidato da oposição liberal. Apesar dos habituais observadores internacionais, da presença imprescindível e do rasgado elogio ao sistema de escrutínio, com que Sócrates brindou esses seus amigos, pairam suspeitas fundadas de fraude eleitoral. Conhecidos os resultados, Capriles exigiu de imediato a recontagem dos votos, através da verificação dos comprovativos físicos do voto electrónico. Enquanto isso, Maduro precipitou a proclamação da sua vitória e começaram a surgir notícias da destruição acelerada de provas documentais, por muitas assembleias eleitorais do país. Tanta sofisticação ao serviço de corruptos serve apenas para refinar a trafulhice. Resta saber, até onde vai a contestação da aliança de direita, e quanto vai durar a espera do líder da esquerda para tomar posse. Sobra também o fim anunciado do populismo chavista traduzido num fracasso eleitoral sem retorno. Algo preocupante, na medida em que contribuirá para endurecer a repressão sobre o descontentamento crescente dos venezuelanos com o moribundo chavismo. Para bem da Venezuela e também dos seus parceiros latino-americana. 

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