terça-feira, 30 de abril de 2013

Um verdadeiro monstro


CARREGA  ESTADO

Nem no actual período de crise se vislumbra que as actividades económicas se afastem progressivamente da esfera de influência do Estado. Mais uma ocasião desperdiçada para fazer inverter o trajecto que conduziu Portugal até ao abismo onde se atolou este país tão mal frequentado. Pelo contrário, o que se constata é a persistência de repetir os mesmos erros, pelo mesmo caminho, sem que os responsáveis políticos aproveitem a oportunidade para aliviar a asfixiante dependência providencial do Estado.
O mais preocupante neste período de recessão económica é a degradação das actividades produtivas com aumento galopante do desemprego. Só que o emprego que se vai destruindo não será reposto ao mesmo ritmo e muito menos nas sectores que o originaram. É um dado adquirido que a melhor forma de combater o desemprego é cuidar a tempo de contrariar o seu avanço. Daí a importância de proteger as empresas mais sólidas dos sectores mais sustentáveis, em vez de as asfixiar com sobrecarga fiscal quando se encontram mais vulneráveis.          
Outro discurso gasto que a esquerda nunca deixa de repetir é essa coisa do “crescimento económico”. Isto é, pôr a economia a crescer empurrada por estímulos, o mesmo é dizer, injectar dinheiro nas empresas. Uma saída que precisa da banca a soltar dinheiro para os financiamentos. No entanto, acaba a financiar o Estado,  esse figurão que inventa investimento, com muita dívida, para parecer que é o grande dinamizador da economia.
Mas sempre se volta ao início do mesmo problema. O monstro Estado devorador dos recursos dos contribuintes a quem possa sacar mais alguns impostos, para lhe permitir manter níveis gigantescos de despesa pública. Resta a famigerada austeridade, esse bicho terrível que é urgente eliminar porque ninguém aguenta mais. Até agora tem funcionado à força de sucessivos aumentos da carga fiscal, porque é preciso alimentar a insaciável besta do Estado. Ninguém parece conhecer outro caminho. E se mudassem de rota e fossem aplicar austeridade nos pastos da despesa pública? Como: aliviando as despesas e os desperdícios do Estado; diminuindo a carga fiscal das empresas para estimular a produção; reduzindo os impostos dos cidadãos para incentivar o consumo. Não chegava? Certamente bastava.  

Como acabar com abrigos de encostados. Camilo Lourenço 



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