Margaret Thatcher, depois de vencer um concurso de poesia,
ouviu a professora dizer-lhe que ela "era uma sortuda". Com dez anos,
"Maggy" respondeu-lhe: "Não foi sorte, mereci ganhá-lo."
Este episódio serve para recordar a personalidade de uma grande líder política, obstinada em fazer
da liberdade individual um fim da própria política. Como candidata a
primeira-ministra, alcançou três maiorias absolutas e nunca perdeu uma eleição
popular.
Poucos políticos em tempo de paz podem dizer que mudaram o
mundo. Margaret Thatcher pertence a este grupo. Ela transformou não apenas o seu Partido Conservador, mas toda a política da Grã Bretanha. Hoje, é por
muitos considerada a maior líder política britânica do século XX, depois de
Winston Churchill. Juntamente com Ronald Reagan e o Papa João Paulo II, foram
os grandes impulsionadores duma revolução global e da luta contra a tirania que
ajudou a derrubar o Muro de Berlim e a pôr fim à União Soviética.
Thatcher pega num país em bancarrota, resgatado por greves
de sindicatos fortíssimos, paralisia dos serviços públicos, impostos altos
sobre o trabalho e pouca criação de riqueza. Depois de evitar a hecatombe e com
a popularidade a descer e o desemprego a subir tem a sociedade virada contra
si. Aguentou-se, esperou pelos resultados e disparou. Foi às Falkland
defender-se da invasão pela ditadura argentina, venceu-a e veio para casa
levada em ombros. No ano seguinte, já com melhorias na economia e a segunda
maioria, iniciava o plano generalizado de privatizações reforçando o Tesouro nacional.
Foi incentivada a desregulação da bolsa londrina emergindo o protagonismo da
banca e o fim do Estado como motor económico. Por esta altura, Mitterrand
conduzia a França pelo caminho oposto das nacionalizações e da reforma das
esquerdas europeias que pouco vingaram. Entretanto, Thatcher chega à terceira maioria e o seu
modelo, articulado com o de Reagan, mostraria à Europa de Leste e à
América Latina que havia uma alternativa ao centralismo político estatal.
A essência do Thatcherismo era a oposição à paralisia a que
os estados condenavam os países e uma aposta na liberdade. Ela achava que as
nações se podiam tornar grandes, apenas se as pessoas fossem livres, A sua luta
tinha um lema: o direito dos indivíduos em gerir as suas próprias vidas, tão
livres quanto possível da interferência do estado.
O sucesso de Thatcher Pedro Lomba
O que ela fez Miguel Esteves Cardoso
Antes pelo contrário uma tragédia Mário Soares
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