terça-feira, 9 de abril de 2013

Estatuto sem vergonha



OBSCENIDADES  E  ESCRÚPULOS  

Com Sócrates e Relvas repete-se a história de licenciaturas habilidosas à portuguesa. E porque não fizeram como em tempos fez o primeiro-ministro inglês John Major, que se assumia não licenciado? Porque lhes faltou coragem para dizer que a sua experiência já não lhes exigia a licenciatura? Por não estarem na Inglaterra e serem portugueses. 

Antes de mais, Miguel Relvas e José Sócrates não foram minimamente escrupulosos. Depois, não se esqueça que estamos num país de doutores e de manha servil. Acabaram enxovalhados por terem sido favorecidos com trapaças no curso. E se assumissem não terem título? Acabariam atingidos pela humilhação e vexados pelo descrédito. 

A snobeira indígena é assim: reage com revolta a qualquer tramóia tal como despreza vulgaridades dos humildes. E quando resvala para o lado mesquinho da coisa, aí, reconhece depressa a esperteza mas não consegue distinguir o mérito.

Mas a bem da verdade e para mal da nação, há licenciados (chamados) com licenciaturas, e licenciados (escolhidos) com sub-licenciaturas.    

Do ingénuo trata o Vasco Pulido Valente
Do inocente cuida o João César das Neves

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