terça-feira, 6 de agosto de 2013

De candeias às avessas



Como não interessam as supostas razões "pessoais" da antipatia entre o dr. Menezes e o dr. Rio, importa atender a duas maneiras de ver o mundo e a política, num caso mais cara, mais baratinha no outro. O dr. Menezes acha ou actua como se o desígnio dos agentes políticos, por natureza sábios, fosse oferecer coisas ao cidadão comum, ainda que se trate de coisas compradas com o dinheiro do cidadão comum, que o cidadão comum talvez jamais escolhesse. De modo a alcançar tão elevados e dispendiosos fins, o dr. Menezes não olha a meios: impostos, fundos, dívidas, tudo serviu para transformar Gaia no que o dr. Menezes quis que Gaia fosse. Excepto, pelo menos às vezes, no Porto. O dr. Rio conquistou por três ocasiões a autarquia com um programa, e uma conduta, de respeito pelo cêntimo alheio, de recuperação das estraçalhadas contas que herdou e de genérica noção de que não lhe competia imiscuir-se na vida das pessoas. Parco em despesas, o dr. Rio até comprou um conflito com o maior clube da bola local, habituado a benesses e salamaleques diversos (o dr. Menezes cedeu ao clube uma considerável área para treinos, disfarçada de "fundação"). Não fora uma irritante propensão para, anualmente, semear o pandemónio no trânsito a troco de populares corridas de carrinhos, o dr. Rio teria sido um autarca perfeito... Alberto Gonçalves

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