sexta-feira, 30 de agosto de 2013

E levarem uns estalos seria razoável?



Depois do chumbo da mobilidade, os sindicatos queram a fiscalização sucessiva da lei das 40 horas semanais de trabalho na administração pública.  Acham que não é razoável pedir mais horas de trabalho sem aumentar a remuneração. É fácil concordar. Mas quem vive tempos razoáveis? Deveria o Tribunal Constitucional levar isto em conta, uma vez que tem de haver limites? E aquilo que nunca foi considerado inconstitucional e não é, de todo, razoável? Não é razoável haver centenas de milhares de pessoas que querem trabalhar e não podem; não é razoável o Estado ficar com 80 por cento de rendimentos de pessoas que apenas vivem do trabalho; não é razoável termos uma dívida de 131% do PIB; não é razoável termos deixado às gerações futuras enormes calotes; não é razoável vivermos de constantes défices; não é razoável termos sido obrigados a pedir apoio à troika a fim de termos dinheiro para pagar os salários da função pública, entre outras coisas. Sendo as 40 horas semanais o horário normal na actividade privada, e sendo o Estado o sector em maiores dificuldades para se ajustar, a quem poderá parecer injusto? Mesmo que não se faça ideia o que entenderão os doutos e veranistas juízes do TC… Henrique Monteiro

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