quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Hoje é sobre Cultura sem dinheiro


"A crise talvez nos traga um resquício de bom senso para varrer a parasitagem e a gritaria do dúbio mundo das actividades culturais"

"Nunca pensei que viesse o dia em que os míseros dinheiros da Cultura acabariam por pesar no Orçamento do Estado. Com os 'cortes' previstos e a 'derrapagem' que se adivinha, a Cultura será reduzida a uma tabuleta sem nada por trás. A gente que vivia dos vinténs daquele triste estaminé precisa agora de procurar outro emprego (...) 
As despesas da Cultura serviam na essência dois fins: primeiro, o 'património' e, segundo, o que por aí se chama, ou chamava, quase sempre com claríssimo abuso, 'actividades culturais' (cinema, teatro, bailado, congressos, viagens, mais as 'instalações'). Durante 30 anos de absoluta liberdade, não apareceram 'actividades culturais' de qualidade e hoje continua a não haver cinema, teatro e tudo o resto. Quanto ao 'património cultural' (escasso e pouco interessante), o Estado não se deu ao trabalho, politicamente inútil, de conservar e de explorar o legado que a República herdou (...)
Os sucessivos Governos a que sem um murmúrio nos submetemos, preferiram o estrondo das 'Capitais da Cultura' e de obras sumptuárias para comemorar a sua irremediável mediocridade. O Dr. Cavaco é responsável pelo C. C. Belém e pela Expo 98; a necessidade de angariar votos no Porto pela Casa da Música, agora falida e sem cabeça. Estes símbolos reflectem o desinteresse ou repugnância dos portugueses pela presença ou só o cheiro da Cultura. E os produtores da dita desesperam com a ausência de público, que eles mais do que merecem.” (Vasco Pulido Valente - Público) 

Entretanto o norte protesta de mãos dadas, envolvendo num abraço sentido o "meteorito" da Boavista. Ainda corriam as lágrimas pela "Praça da Alegria" e mais um desgosto. É a vidinha andar para trás de tantos inconformados pela falta de verbas. Num pranto sem fim prosseguem as exéquias das "forças vivas do carágo". E não se esqueçam de fornecer o NIB para as ajudas dos "amigos da coisa".  


       Casa da Música - Músico da Casa

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