quarta-feira, 24 de julho de 2013

Depois do acordo que não houve




O acordo imaginado pelo Presidente Cavaco falhou e tinha de falhar. Como seria difícil supor que a Nação se salvaria assim, não se perdeu nem se ganhou nada. Ainda que alcançado - e ainda que sincero - o acordo apenas constituiria um pacto entre uma coligação empenhada em mudar pouquinho para que tudo fique na mesma e uma oposição convicta de que o pouquinho é demasiado. O PSD (e, pelo menos teoricamente, o CDS) sujeita o país à inevitável penúria quase sem beliscar as causas da dita. O PS rejeita a penúria e propõe-se insistir nos delírios que a provocaram. De um lado, empobrecimento sem reformas; do outro, crescimento sem realidade. Seja como for, o Estado acabará reformado, mas com uma pensão baixíssima, dívidas a rodos, um diagnóstico de demência e a típica agonia solitária em lar clandestino. Quem sobrar para recordar a actual austeridade, terá saudades. Mas o que seria de Portugal sem criaturas capazes de certas produções… Alberto Gonçalves

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