quinta-feira, 13 de junho de 2013

Naturezas e greves




Para quem conheça o meio escolar e o que caracteriza a relação pedagógica, não faz qualquer sentido pôr em causa, com uma greve, todo o esforço dum ano escolar. Ao submeter alunos em final de curso à incerteza da realização de exames nas datas previstas, os professores retiram importância, seriedade e rigor às avaliações finais, enquanto desvalorizam e desrespeitam a formação e a aprendizagem. Se é com esta leviandade que justificam os excessos paternalistas com que tantas vezes dizem proteger os seus meninos, é melhor que nada mais acrescentem ao embuste. Os professores podem ter muitas razões para protestar, podem ser acusados de muita coisa injustamente. Mas no fim de tudo, o que se espera deles é que sejam responsáveis. 
Ninguém desconhece a verdadeira natureza da greve e o direito de a convocar e exercer. Mas são também conhecidos os critérios utilizados pelos sindicatos e pelos professores para programar paralizações. Quase sempre, para ocasiões que melhor bloqueiem os serviços, com o menor número de grevistas. Não se esqueça que basta faltar um professor para inviabilizar as avaliações das turmas em que leccione. Daí ser uma boa exigência da tutela, convocar todos os professores da escola para eventual chamada ao serviço de exames. Ou fazem greve em massa e obrigam à repetição de exames, ou será possível realizar a maior parte das provas previstas. O que não invalida a perturbação inadmissível da conclusão do ano escolar. João Pereira Coutinho

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