quarta-feira, 26 de junho de 2013

Saiu melhor quem gritou mais




Nos vários pontos que afastavam o Governo dos Sindicatos houve aproximações das partes e terminou a greve dos professores por agora. Da parte da guarda avançada sindical, não tardarão a surgir mais motivos para continuar a lutar pela conservação dos privilégios da classe. É só esperar pelo novo ano lectivo. 
Mas houve excepções lamentáveis. Aquilo que ficou como a grande cedência de Nuno Crato foi a solução encontrada para responder ao problema dos "horários zero" (professores dos quadros de escola sem turmas para dar aulas). Para o cidadão comum, pouco habituado a estas garantias na segurança do emprego, nada mais estranho que conservar professores em escolas onde não são necessários, com os seus vencimentos e sem trabalho lectivo. Só fazia sentido, deixar de contratar docentes para serem entregues tais funções lectivas aos professores vinculados, na sua escola de sempre ou noutras da sua área geográfica. Pois ainda não vai ser desta que tal disparate é corrigido. Os ditos professores de "horário zero" continuarão a somar horas com ocupações caricatas (e como se inventam funções) de acordo com o seu estatuto (?) até poderem dizer que tem o seu tempo preenchido. Ou seja: tudo ficou como estava, a bem da estabilidade na "escola pública", pouco importa que sejam regalias exclusivas.   
Porque se trata de um escândalo sem paralelo na restante função pública, aquilo que desesperadamente a corporação dos professores tentava manter, no essencial continuará na mesma e tenderá a perpetuar-se até ao desaparecimento de excedentários. É outra hipótese de reformar alguma coisa que falha, mais uma excelente oportunidade perdida que os sindicatos aproveitarão para novos fôlegos. 
"Enquanto o pau vai e vem, descansam as costas" - talvez o que dirão pelo Ministério da Educação, depois das tréguas alcançadas... Nada como aguardar pelas consequências futuras desta incapacidade para reformar o que seja. Bruno Proença

Intervalo da festa. Enquanto houve folclore, variaram os números, tudo em nome da coisa. Alberto Gonçalves 

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