quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A venerada Constituição



É oficial: a Constituição não permite que o Estado encolha. Escusado tentar cortar aqui ou ali. Não se consegue reduzir a quantidade de funcionários públicos nem os respectivos ganhos a ponto de transformar uma máquina imensa e inviável numa estrutura funcional e suportável. É assim. É proibido. Podia ser pior. A Constituição podia afirmar explicitamente, ou sugerir à leitura dos senhores juízes do TC, a obrigatoriedade de cada repartição municipal empregar um mínimo de seis mil criaturas. Ou a necessidade de cada conservatória do registo possuir cinco girafas nas traseiras. Por sorte, os iluminados que nos gloriosos tempos posteriores à revolução de 1974 redigiram o documento, foram suficientemente vagos para que o pessoal das câmaras municipais ainda caiba dentro delas. E dispensaram as girafas. Em suma, eis a Constituição que nos calhou e a qual, conforme avisam centenas de comentadores orgulhosos, temos de respeitar… Alberto Gonçalves

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