Para o cidadão comum, aquilo que acontece numa cidade como
Lisboa, é necessariamente resultado das decisões - ou da falta delas - dos
senhores que ocupam a autarquia. Em países civilizados, é possível visitar uma
cidade ou ler sobre uma cidade e nem sequer notar a existência do senhor
presidente da câmara. Em Portugal, isso seria estranho. Não há
"apontamento de reportagem" acerca de qualquer lugarejo sem
depoimento do senhor presidente. Não há jornal local sem 30 fotografias do
senhor presidente. Não há procissão de Nossa Senhora dos Aflitos sem a presença
do senhor presidente junto da protagonista. Não há instalação instalada em
galeria sem autorização do senhor presidente. Não há garrafa de vodca aberta às
duas da madrugada sem uma vénia ao senhor presidente, que afinal criou as
"condições" para que os súbditos se embriagassem com galhardia. O
senhor presidente, emanação do Estado, encontra-se por toda a parte, numa
consumação assustadora das "políticas de proximidade" que o jargão da
classe promete "incrementar". Puro Terceiro Mundo? Obviamente... Alberto Gonçalves
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