O relevante das eleições autárquicas de domingo, não
foi o aumento da influência da CDU e o desaparecimento do Bloco do poder
local do País. O fundamental foi a erosão de votos sofrida pelos partidos do
arco da governação. E nem a existência de independentes conseguiu levar quase
metade dos portugueses à urna de voto. O PSD viu desaparecer o apoio de quase 500 mil
e o PS de 300 mil votantes. Para além da enorme e crescente abstenção que
ultrapassou os 47%, houve 350 mil votos brancos e nulos, correspondentes a 7%
de votantes, eleitores que foram às urnas para não votar em ninguém. Estes 7%
que se mobilizaram para dizer não aos partidos, juntos com quase 5 milhões que se
abstiveram, correspondem a uma larga maioria de 54% do eleitorado que não se
revê nos agentes políticos que se candidataram. Algo vai mal na democracia portuguesa.
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