O papável que teria sido a minha escolha, o cardeal de
Viena, Christoph Schönborn, num ensaio recente alude ao "paradoxo" de
um cristianismo que se tornou "estranho" na Europa onde nasceu.
"A situação do cristianismo na Europa é estimulante e plena de
oportunidades. É, em certa medida, um corpo estranho mas evoca um sentimento
familiar." A cultura europeia só terá algo a oferecer e a propor à
sociedade globalizada a partir do legado dos valores cristãos, sempre presente
- a dignidade da pessoa, a unicidade da Humanidade, a visão da liberdade do
cidadão perante o Estado. Por razões destas é que ao Papa importa e fascina uma
Europa que se crê "descristianizada".
E não se cansa de repetir que "quer uma Igreja pobre para os pobres", se há austeridade "dispensa ornamentos dourados e sapatos vermelhos", como os que não confiam nos serviçais "vai pagar as contas domésticas pessoalmente", por achar que lhe fica bem "insiste em viajar de autocarro", não prepara discursos com a formalidade da praxe porque "gosta de falar de improviso com piadolas"... para depois rematar com o "buona sera" à Chico.
Com tanto entusiasmo e tanta expectativa, envolvendo uma figura já considerada "o grande gerador de esperança destes tempos" não há muito mais acrescentar. Resta dizer viva o Papa Francisco. Adeus "pompa e circunstância" e "estética pontifícia". Resistirá a Capela Sistina?... Difícil estar preparado para um Papa assim. Quem sabe o que vai pela cabeça do Chico?
Sem comentários:
Enviar um comentário